O novo normal da igreja


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26/11/2020 #Artigos #Editora Concórdia

IELB 2021 – Recebemos e compartilhamos perdão, vida e salvação

O novo normal da igreja

Se você tem acompanhado os lemas da IELB nos últimos anos, deve ter percebido que, desde 2019, há um lema geral, “Firmados em Cristo”, que é complementado pelos lemas anuais. Dessa forma, “Firmados em Cristo”, …“Seguimos e compartilhamos os ensinamentos dos apóstolos” (2019) e …“Vivemos e compartilhamos o amor cristão” (2020). Em 2021, nosso mote será “Firmados em Cristo”, …“Recebemos e compartilhamos perdão, vida e salvação”.  Esses três lemas e o do ano seguinte (2022), a saber, “Oramos e compartilhamos Cristo para todos”, foram projetados a partir da primeira descrição que Lucas fez dos cristãos, registrada em Atos 2.42: 

“E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações”.

 

Quem são esses “todos” a que se refere o versículo?

A resposta está nos versículos que antecedem nosso texto-base. Se você ainda não está com sua Bíblia aberta, essa é uma boa hora. Vá, pegue a sua Bíblia (ou abra o aplicativo), procure Atos 2.42 e leia o capítulo todo. Eu espero.

Agora que você leu, deve ter notado que Atos 2.42 é a conclusão dos versículos anteriores. Por essa razão, podemos dizer que o termo “todos” refere-se aos seguidores de Jesus que receberam o Espírito Santo no Pentecostes (At 2.1) e também aos que foram batizados, após ouvir e crer no discurso de Pedro (At 2.41). Em suma, todos os que receberam o Espírito Santo pela pregação do evangelho e pelo batismo “permaneceram firmes”.[1] E o que isso significa? Muita coisa. Primeiro, o texto está dizendo que você, por ter sido batizado, por crer em Jesus, faz parte desse “todos”. Assim sendo, todos (você, inclusive) permanecemos firmes, “seguindo os ensinamentos dos apóstolos, vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações”. O lema da IELB para 2020 dedica atenção especial ao “partir do pão” e estabelece o slogan:

 

“Recebemos e compartilhamos perdão, vida e salvação”

Em que outro lugar você encontra esses três termos juntos (perdão, vida e salvação)?  Acertou, se respondeu “No Catecismo”! Sim, lá no Catecismo Menor de Lutero, na explicação sobre a santa ceia. Perceba que, nesse caso, o termo “partindo o pão” é interpretado como uma figura de linguagem para santa ceia, o que é perfeitamente possível.

No evangelho de Lucas e em Atos, partir o pão aparece em contexto de comunhão entre cristãos ao redor das palavras de Cristo. Por exemplo, Lucas relata que dois seguidores de Jesus contaram aos outros discípulos “o que lhes tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido o Senhor no partir do pão” (Lc 24.45). Em Atos, o evangelista diz que os cristãos “partiam o pão de casa em casa” (At 2.46) e que Paulo se reuniu no primeiro dia da semana para “partir o pão” em mais uma ocasião para pregar o evangelho (At 20.7). Conforme F. Bruce, o partir do pão provavelmente denota mais do que comer uma refeição em conjunto. “A Ceia do Senhor parece estar no foco” (Bruce, 1988).[2]

Uma das perguntas que constam no Catecismo Menor de Lutero é: “que proveito há nesse comer e beber [da santa ceia]?”. Para orgulho do seu pastor, você memorizou isso nos estudos confirmatórios certamente. Não lembra? Tudo bem. Vou reproduzir abaixo o que Lutero nos ensina a responder: “Isso nos indicam as palavras: ‘Dado em favor de vós’ e ‘derramado para remissão dos pecados’, a saber, que por essas palavras nos são dados no sacramento remissão dos pecados, vida e salvação. Pois onde há remissão dos pecados, há também vida e salvação” (Lutero, CM).

Viu, que maravilha?! O lema da IELB para 2020 cria uma boa oportunidade para estudarmos o santo sacramento da ceia do Senhor!

 

A Covid-19 e a santa ceia

Escrevo este texto em abril de 2020, 40 dias depois do início do isolamento social que enfrentamos devido à pandemia da Covid-19. E 40 dias sem santa ceia. Esse período de quarentena nos ensina a valorizar os meios da graça:

1 – Palavra: é consolador receber a graça do Pai por meio da pregação da Palavra de Deus, que nos revela nosso estado pecaminoso “desde o nascimento” (Sl 51.5) e nos proclama a boa notícia de que Deus Pai, por amor a nós, envia seu Filho (Jo 3.16) para nos dar perdão (Ef 1.7; 4.32), vida (Jo 3.16, Rm 6.23) e salvação (1Ts 5.9);

2 – Sacramento do batismo: é uma bênção extraordinária saber que o santo batismo não é apenas água simples, mas com a Palavra de Deus, a “água é cheia de graça e um lavar de renascimento no Espírito Santo” (CM). Por isso podemos afirmar que “o batismo salva, não sendo a remoção das impurezas do corpo, mas o apelo por uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo” (1Pe 3.21).

3 – Sacramento do altar: apesar de já termos TODA a graça de Deus no batismo e na Palavra, a quarentena nos mostrou o quanto sentimos falta de receber perdão, vida e salvação na santa ceia. Por que essa saudade toda da comunhão? Porque é o verdadeiro corpo e sangue de nosso Senhor para ser comido e bebido, sob o pão e o vinho, por nós, cristãos, como Cristo mesmo o instituiu na noite em que foi traído (Mt 26, Mc 14, Lc 22, 1Co 11 – explicação de Lutero no CM).

 

Como pode o ato físico de comer e beber efetuar tão grandes coisas?

Não é o ato em si que efetua alguma coisa, mas as palavras de Jesus (CM). Ele assegurou que o seu corpo e sangue são dados e derramados em favor de nós para a remissão de pecados. É a simples e clara palavra de Cristo que assegura a presença real do seu corpo e do seu sangue na santa ceia. “Isto é…” – disse Jesus (1Co 11).[3]  A palavra de Cristo garante que recebemos o seu corpo e o seu sangue em união sacramental sob a forma do pão e do vinho na santa ceia para perdão, vida e salvação (CM, Confissão de Augsburgo (CA doravante), X).

 

“Fazei isto em memória minha”

O Espírito Santo trabalha por meio do evangelho e nos chama das trevas da condenação para a maravilhosa luz de Cristo (1Co 12.3, 12-31) para fazermos parte do Reino de Deus. Enquanto comunhão da igreja, a santa ceia aponta para a obra de Cristo na cruz, pois é realizada todas as vezes em “memória de Cristo”, atualizando o sacrifício de Cristo no Calvário pelos pecados de todos como o final e completo sacrifício (Hb 8, 10). Como igreja de Cristo, recebemos o convite do Senhor: “Toma e come, isto é o meu corpo; toma e bebe, isto é meu sangue”. O sangue do Cordeiro de Deus, morto pelo pecador, concede paz aos que fazem parte do Reino de Deus, refletindo que “tudo está consumado”.

Até o fim dos tempos, celebraremos o sacramento como memorial do amargo sofrimento e morte de Cristo e de todas as suas bênçãos, como conforto para o atribulado e como laço de união do povo com Cristo e de uns com os outros (Fórmula de Concórdia, Declaração Sólida, VI, 44). Essa comunhão só pode existir no comer e beber sacramental do corpo e sangue como um presente do Espírito que nos mantém na unidade do corpo de Cristo (1Co 6.15).

Isso significa que a igreja não é um clube social, mas o corpo de Cristo que compartilha vida, perdão e salvação pela Palavra e sacramentos. Por essa razão, o impulso missionário da santa ceia reside no perdão que ansiamos compartilhar com os descrentes para que sejam alcançados pela luz de Cristo e venham também a comer e beber o corpo e sangue de Cristo. Receber nos leva a compartilhar, pois, uma vez libertos do terror do inferno e da condenação que merecemos, nossos corações desejam “dar graças pelas bênçãos do sofrimento de Cristo” e a “render sacrifícios de louvor” (Apologia, XXIV, 73-74). De forma maravilhosa, a igreja de Cristo se manifesta visivelmente pela Palavra e sacramentos. Firmados na fé, recebemos e compartilhamos perdão, vida e salvação.

 

“Até que ele venha”

Depois da participação na santa ceia, a nossa ação de graças na liturgia reflete nosso anseio pela segunda vinda de Cristo. O pastor e a congregação anunciam responsivamente o texto de 1Coríntios 11.26: “Todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor até que ele venha!”.

Assim, a santa ceia se volta para o passado, para a última ceia, e se dirige para o futuro, para a festa do Cordeiro, quando Cristo, o noivo, e a igreja, a noiva, serão unidos eternamente (Ap 19.9) (Sasse, 2003, p.293). A visão do mundo vindouro é expressa no Sanctus: “Santo, santo, santo é aquele que vem em nome do Senhor. Hosana, hosana, hosana nas alturas. Bendito, bendito, bendito aquele que vem em nome do Senhor”. Desde tempos imemoriais, “uma grande nuvem de testemunha testifica a verdade de que a Ceia do Senhor é ‘o céu na terra’” (Sasse, 2003, p.294).

 

Você percebe o quanto a santa ceia se relaciona com a vida contemporânea?

-       Numa sociedade em que ter o próprio quarto é o sonho dos adolescentes e construir uma individualidade cintilante é o alvo de quase todos, a santa ceia aponta para comunhão da igreja. Ela é distribuída para pecadores arrependidos, sejam eles ricos ou pobres, social-democratas ou liberais. Ela é ação do Filho, que se esvazia a si mesmo e assume a forma de servo, humilhando-se e sendo obediente até à morte de cruz (Fp 2).

-       A santa ceia desafia a lógica humana ao ensinar que o infinito Deus, Jesus Cristo, se faz corporalmente presente na ceia. Diante do mistério extraordinário da presença real, humildemente confessamos: “Assim diz o Senhor”.

-       A ansiedade possui causas psicológicas e/ou clínicas, mas mesmo assim o ansioso percebe com certa facilidade que a ansiedade de que padece revela o quão imperfeita é sua existência. Terapias resolvem, graças a Deus, a parte psicológica e clínica. Mas só encontramos alento espiritual no “grande consolo que o Sacramento oferece às consciências ansiosas”, que nos ensina “a crer em Deus e a pedir e esperar de Deus todo o bem” (Confissão de Augsburgo, XXIV, 7).

-       A santa ceia revela que, em Cristo, nossa existência é muito mais ampla do que esta vida terrena. Por isso nenhum sofrimento, por maior que seja, se compara à glória que já temos parcialmente e que teremos plenamente na vinda de Cristo (Rm 8.18, Fp 3.20ss). É por essa razão que podemos, depois da ceia, cantar com Simeão: “Senhor, agora despedes em paz o teu servo, segundo a tua palavra, pois os meus olhos viram a tua salvação, a qual preparaste perante a face de todos os povos” (Lc 2).

 

A santa ceia também é poderoso consolo para enlutados

O teólogo Timothy Wengert relata uma bonita história de seu ministério. Certa vez, uma de suas confirmandas disse: “Pastor, você nos disse que nosso genuflexório do altar tinha a forma de um semicírculo porque a outra metade estava no céu, e Cristo está no centro, tanto aqui como lá". A menina começou a chorar e continuou: “Desde que meu avô morreu em fevereiro passado, eu lembro disso”. Wengert diz que, talvez, a famosa estátua do Cristo que enfeita o altar em semicírculo da catedral luterana de Copenhague, nos lembre de que a presença do Cristo vivo com o pão e o vinho une todos nós no céu e na terra (Wengert, p.111). Nessa sagrada comunhão, em “todos os tempos e lugares”,[4] somos unidos “com os anjos e arcanjos, com toda a companhia celeste”, com a “santa congregação dos profetas, com o glorioso coro dos apóstolos, com o nobre exército dos mártires”,[5]  numa antecipação da glória que há de vir. Que momento sublime! É um poderoso consolo aos enlutados apontar para a santa ceia como a comunhão e o momento mais próximos que podemos chegar daqueles que já estão “com Cristo, o que é incomparavelmente melhor”. Melhor do que invocar os mortos por meio de “médiuns” é a comunhão eucarística que une cristãos de todos os tempos e lugares.

É ou não é um privilégio maravilhoso receber e compartilhar vida, perdão e salvação?

 

Quem deve ir?

Mesmo que o “ser membro de uma denominação” não é um limite automático para a admissão à santa ceia, é necessário reconhecer que o sacramento do altar presume e requer unidade (At 2.42), que é quebrada quando, em circunstâncias ordinárias, confissões de fé diferentes são representadas entre os que comungam juntos (Bierman, 2002. CTCR-LCMS, 1999, p.51).

Na teologia luterana, o pastor é o “despenseiro” que “atende por todo o rebanho” (1Co 4.1, At 20.28). De acordo com as Confissões Luteranas, o ofício das chaves ou do bispo [pastor] é o poder e a ordem de Deus de pregar o evangelho, remitir e reter pecados e administrar e distribuir sacramentos (CA, XXVIII, 56.5-6). Nesse sentido, quando um pastor luterano não admite alguém à ceia, ele não o faz movido de orgulho denominacional ou por intolerância, mas por amor, a fim de que “ninguém tome juízo para si” por “não discernir o corpo” (1Co 11).[6] O professor Joel Bierman (2002, p.59) diz que o enfraquecimento do valor que temos dado ao ministério pastoral fundamenta a prática de se delegar inteiramente ao indivíduo a participação ou não na santa ceia. No entanto, existe muita coisa que não é de responsabilidade do pastor, como administração paroquial, organização de eventos, conserto da calha da igreja, mas a administração dos sacramentos é sua responsabilidade (CA, XXVIII, p.30.1). Acredito que deveríamos pensar em resgatar práticas antigas como a inscrição para a santa ceia. O pastor, em seu plano de visitação, poderia acompanhar e instruir os comungantes. Assim, a questão da participação na santa ceia estaria mais intimamente ligada ao aspecto pastoral do que ao aspecto denominacional. De forma prática, seriam convidados a participar aqueles que foram inscritos. Sabemos que tal acompanhamento demanda tempo por parte do pastor, mas as facilidades que a internet, o telefone e os aplicativos de smartphone tornam esse procedimento perfeitamente factível. Além da inscrição para a santa ceia, uma prática que necessita de resgate é a confissão e absolvição privadas, previstas nas Confissões Luteranas (CM e Artigo de Esmalcalde, VIII), que poderiam ser momentos ímpares para instruir e consolar as pessoas com o perdão, vida e salvação que recebemos pela Palavra e sacramentos.

A ceia do Senhor é celebrada em nossas igrejas na alegre confiança de que nosso Senhor, como ele mesmo diz, dá não só o pão e o vinho, mas seu próprio corpo e sangue para ser comido e bebido para o perdão dos pecados. Em alegre obediência ao claro ensinamento de nosso Senhor Jesus Cristo, aqueles que são convidados à sua mesa confiam em suas palavras, arrependem-se de todo o pecado e deixam de lado qualquer recusa em perdoar e amar como ele nos perdoa e nos ama. Os convidados também testemunham de sua morte até que ele venha. Sendo a santa ceia uma confissão da fé cristã que é declarada em nossos altares, qualquer um que ainda não tenha sido instruído, ou que está em dúvida, ou que tenha uma confissão diferente da confissão de fé luterana e, por isso, não possa receber o sacramento, é convidado a meditar na Palavra de Deus e nos hinos cantados durante a distribuição, e a orar pelo dia em que as divisões na fé cristã cessarão.

Acredito que a postura interdenominacional mais saudável é aquela em que celebramos a unidade do corpo de Cristo, da Una Sancta, mas sem deixar de se entristecer pelas diferenças doutrinárias. O ecumenismo real é aquele que providencia um diálogo franco e direto, com profundidade e respeito, que reconhece os diversos pontos em comum, sem ignorar as graves divisões. Por isso o caráter ecumênico da santa ceia é o anseio do cristão pela unidade confessional. Nós oramos por ela, mesmo reconhecendo que talvez ela venha a ser plena somente na volta de Cristo. Mesmo assim, apesar de não podermos comungar juntos, devemos dialogar com “graça e verdade” sempre, pois é vontade de Cristo que busquemos a unidade orgânica e confessional do corpo de Cristo.

 

ComVida-21

O ano de 2020 apresentou inúmeros desafios. O avanço da Covid-19 e o isolamento social que observamos, nos faz valorizar ainda mais a liberdade que a igreja recebe de Deus no Brasil, para, firmados em Cristo, recebermos e compartilharmos perdão, vida e salvação. Até que Cristo venha. Que o lema de 2021 seja uma espécie de ComVida-21, contagiando nosso país com perdão, vida e salvação.

Fica conosco, Senhor Jesus (Lc 24). Maranata, Senhor Jesus (Ap 22)!

Baixe o material completo sobre a temática 2021 aqui.

 

Mário Rafael Yudi Fukue

Pastor Capelão da Ulbra

Canoas, RS



[1] “Todos continuavam firmes” por meio da relação íntima que Deus Espírito Santo estabelecia com os seguidores de Jesus, que permaneciam juntos por um laço de fé, não por motivos sociais como etnia ou condição financeira. É essa relação íntima com Deus que impulsionava a nascente comunidade cristã no desafio de “ser testemunhas de Cristo até os confins da terra” (At 1.8).

[2] A presença do artigo definido pode indicar um tipo específico de “partir o pão”. Por exemplo, quando a terminologia de Lucas em Atos 20.11 é cuidadosamente examinada, parece que “Paulo tem duas refeições separadas com os discípulos: a Ceia do Senhor primeiro (partiu o pão), seguida de uma refeição (“e comeu”). A primeira expressão (“partiu o pão”) possui o artigo definido antes de “pão” e parece denotar a celebração da Ceia do Senhor” (Lyons, Jamieson, 1997; cf. Robertson, 1997; Woods, 1976, p.67-70; Wycliffe, 1985). O teólogo Leopoldo Sánchez parece inferir santa ceia do termo “partir o pão” no texto que segue: “From Pentecost onwards, it is the gift of the Spirit given in Baptism that will make of repentant sinners a community that gathers around the apostolic teaching of the Word and the breaking of the bread (Ac 2:41-42).”

O prof. Vilson Scholz menciona uma interessante tese de Oscar Cullmann em “Early Christian Worship”, que fala sobre um possível motivo que teria levado os cristãos a ter uma refeição como culto: Jesus se manifestou no partir do pão. Houve momentos em que comeu na presença deles. Assim, a presença continuada de Jesus se deu no partir do pão da refeição.

Precisamos reconhecer que alguns autores dizem que “partir o pão”, nesse versículo, não se refere à santa ceia. Seria apenas uma sinédoque (a parte representa o todo) para “refeições” (Page, Thomas E. The acts of the Apostles. Macmillian, 1897, p.96).

[3] Hermann Sasse escreve que não foi por teimosia que Lutero insistiu em reter o sentido literal das palavras “Isto é o meu corpo”, mas profunda reverência por Cristo que disse essas palavras e não fornece nenhum outro mandamento ou explicação (SASSE, 2003). Martin Chemnitz na obra “A Ceia do Senhor” expressa a confissão luterana na verba de Cristo (Chemnitz, M. A Ceia do Senhor. 2019. Tradução de Nathan Buzatto da Silva).

[4] Vere Dignum da Liturgia da santa ceia.

[5] Te Deum Laudamus, um belíssimo cântico que pode ser encontrado na ordem das Matinas.

[6] Mais detalhes sobre isso podem ser encontrados no livro Isto é o meu Corpo, de Hermann Sasse, e na obra A Ceia do Senhor, de Martin Chemnitz (p.235ss).

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