Vale a pena ser cristão?


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06/11/2020 #Artigos #Editora Concórdia

A pergunta que já passou pela cabeça de muita gente.

Vale a pena ser cristão?

            Vale a pena ser cristão? A pergunta já deve ter passado na cabeça de todos nós. Ela é antiga, do tempo do profeta Malaquias: Vocês dizem: Não vale a pena servir a Deus. Não adianta nada a gente fazer o que o SENHOR Todo-Poderoso manda (...) É fácil notar que os orgulhosos são felizes”.  Não é assim? Observamos as pessoas descrentes, que não vão à igreja, que aprontam, que são desonestas, infiéis, e percebemos que vivem bem melhor do que nós.  Ouvimos notícias de corrupção, desvio de dinheiro, falcatruas, e poucos são condenados. Muito parecido com a situação de Malaquias: “A gente vê que tudo dá certo para os maus; quando põem o SENHOR à prova, eles não são castigados”.

            Mas será que é assim mesmo, que “eles não são castigados”? Nós conhecemos o ditado: “A justiça de Deus tarda, mas não falha”. Isto fica evidente na experiência do profeta: E mais uma vez o meu povo verá a diferença entre o que acontece com as pessoas boas e com as más, entre os que me servem e os que não me obedecem” (Malaquias 3.18).

            Às vezes, o castigo vem logo. A exemplo do que aconteceu no mês passado sobre um caso de infidelidade conjugal que nunca seria descoberto se não fosse por um pequeno detalhe. Aconteceu na Espanha, numa despedida de solteira. Ninguém imaginava que a noiva tivesse tido um caso com o stripper anão, nem mesmo suas amigas. A festinha aconteceu na noite anterior ao casamento. Semanas depois, a mulher estava grávida e comemorou, ao lado do marido, a vinda do filho. No entanto, quando a criança nasceu com nanismo, a verdade veio à tona. Ninguém na família dela ou do marido tinham nanismo, e assim ela não pôde esconder a traição. O marido pediu divórcio assim que soube do que tinha acontecido.

            Isto faz lembrar aquela parábola do empregado infiel (Lucas 12.41-48) que faz as coisas certas só quando o patrão está na frente dele. Jesus conclui que “o patrão voltará no dia em que o empregado menos espera e na hora que não sabe”. O Salvador se refere ao dia do Juízo Final, quando tudo será revelado, até mesmo as escapadinhas extraconjugais. Mas parece que nos últimos tempos a infidelidade virou regra e a fidelidade a exceção. Foi o que descobriu minha filha ao voltar decepcionada da escola. Dias atrás, no meio de uma aula de Química do último ano do Ensino Médio, surgiu o assunto fidelidade no casamento. “Todo o homem, sem exceção, trai a mulher”, foi a conclusão da professora e da maioria dos alunos. Minha menina ousou discordar: “Tenho certeza que nunca houve traição entre os meus pais”. A turma caiu em cima dela: “Tu não conheces a vida do teu pai e nem de teu namorado”. A coisa ferveu: “Quem trai não tem caráter”, retrucou minha filha. “Meu pai trai minha mãe há cinco anos e o casamento está mais forte do que nunca; tu não podes dizer que ele não tem caráter”, reclamou uma colega. A polêmica voltou à aula seguinte, de Português. O professor até admitiu um caso seu extraconjugal e reafirmou que não existe casamento sem traição.

            A atitude corajosa de minha filha me encheu de orgulho e me deu mais motivos para continuar fiel à mãe dela. O que não quer dizer que sou melhor do que os adúlteros, nem tenho a ousadia de querer jogar pedras neles. Até porque, quando o assunto é fidelidade, a Bíblia não deixa dúvidas: “Todos pecaram e estão afastados da presença gloriosa de Deus. Mas, pela sua graça, e sem exigir nada, Deus aceita todos por meio de Cristo Jesus, que os salva” (Romanos 3.23,24). No entanto, a graça de Deus não invalida a necessidade da nova vida, dos frutos da fé. E, nessa hora, precisamos ser alguma referência num mundo cada vez mais assolado pela imoralidade e corrupção.

            Oportuno o artigo que li dias atrás, “Enganar as pessoas no trabalho pode arruinar uma carreira”. O autor, Mauro Bernacchio, diretor de empresa, busca a famosa frase “Pode-se enganar a todos por algum tempo, pode-se enganar alguns por todo o tempo, mas não se pode enganar a todos durante todo o tempo”. Ele cita vários tipos de enganações muito comuns no trabalho e na vida cotidiana, e lembra que a verdade sempre prevalece, mesmo quando demorar. Cita o caso de empresas que manipulam seu balanço para obter vantagens junto ao mercado financeiro e lembra o que aconteceu com Eike Batista e com a Enron nos Estados Unidos, que faliram.Se você quer crescer profissionalmente de forma duradoura, não engane ninguém. Além do que, vá em busca dos enganadores”, conclui o autor.

            Se isto é o que acontece nas empresas, no casamento e em outros segmentos da vida humana, então não devemos ter dúvidas: um dia, a Verdade, que é Cristo, será definitiva e completamente revelada ao mundo inteiro. E neste dia será declarado em alto e bom tom que valeu a pena ser um fiel seguidor de Jesus.

 

*Texto publicado na edição de novembro de 2014.

Marcos Schmidt

Pastor da IELB marcos.ielb@gmail.com

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