Primeiro Mandamento


Ler em formato flip
20/08/2020 #Artigos #Editora Concórdia

No Primeiro Mandamento é ensinado que não se deve ter deuses falsos e também que Deus deve estar acima de todas as coisas.

Primeiro Mandamento

No Catecismo Maior, Lutero ensina que “ter um Deus representa aquilo do qual se deve esperar todo o bem, dele se socorrendo em todos os apertos. Ou seja, ter um Deus não significa outra coisa senão crer e confiar nele do fundo do coração” (CM, p.26). Lutero deixa claro que esta confiança pode ser dirigida ao Deus verdadeiro como também a um ídolo. Deus é aquilo a que a pessoa se agarra.

 

Formas de transgredir o Primeiro Mandamento

Deus é a única fonte de consolo e segurança que existe para as pessoas. É importante saber que ter a Deus como única fonte de consolo e segurança não significa uma simples fé pela qual a pessoa apenas reconhece a existência de Deus, mas uma entrega total a Deus. Isto também implica reconhecer a incapacidade da pessoa em resolver os seus problemas.

Lutero afirma que idolatria é quando se procura e busca socorro e conforto não em Deus, mas em criaturas, santos ou objetos, e se recorre à feitiçaria e à magia negra. Existem também pessoas que confiam na sabedoria, na inteligência e no prestígio pessoal. Ainda conforme Lutero, o ídolo mais comum é o dinheiro. Pessoas com dinheiro ou posses sentem-se seguras. Quem não tem dinheiro fica angustiado e se queixando por não tê-lo, pensando que nele está a solução de todos os problemas. Lutero observa que “encontraremos poucas pessoas que, não tendo dinheiro, estejam numa boa” (CM, p. 27).

Deus sempre espera que as pessoas se entreguem completamente a ele e busquem nele a solução de todos os problemas, inclusive a salvação, só possível em Jesus Cristo.

 

Cumprindo o Primeiro Mandamento

Lutero ensina que “deve-se confiar exclusivamente em Deus, esperar dele apenas coisas boas, já que é ele quem dá o corpo, a vida, comida, bebida, sustenta, dá saúde, proteção, paz e tudo aquilo que precisamos de bens temporais e eternos” (CM, p. 29). Por bens temporais se entende tudo que uma pessoa necessita para viver aqui neste mundo. Lutero explica que os bens temporais são concedidos por Deus usando meios: “As criaturas são apenas a boca, o canal, o veículo pelo qual Deus concede tudo: para a mãe ele dá seio e leite para a criança, para o sustento, ele concede grãos e toda espécie de frutos da terra. Nenhuma criatura consegue produzir esses bens por si própria” (CM, p. 30).   

 

Bens espirituais

Deus não apenas se preocupou com o nosso bem-estar terreno, mas quer também nosso bem-estar eterno. Por isso enviou o seu Filho ao mundo para nos salvar do pecado. Escreve o apóstolo João: “Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).    

 

O que Deus espera de nós

Lutero pede: “Pesquise seu próprio coração a fundo e se tiver um coração que somente espera coisas de Deus, principalmente na angústia e miséria, e que abre mão de tudo que não seja Deus, então você tem o único Deus autêntico” (CM, p.30). Se o coração estiver preso e buscando ajuda fora de Deus, diz Lutero: “Você tem um outro deus: um ídolo” (CM, p.30).

Logo, cumprimos o Primeiro Mandamento quando reconhecemos e buscamos junto a Deus toda ajuda e socorro. Quando reconhecemos que é o único doador de todas as coisas. Inclusive que é ele quem nos salva através de seu Filho Jesus, o nosso Salvador.

 

(As citações são do Catecismo Maior de Martinho Lutero – tradução de Walter O. Schlupp, para o qual usamos a abreviação CM).

 

Elmer Teodoro Jagnow,

Pastor em Forquetinha, RS

 

*Texto publicado na edição de agosto de 2014 do Mensageiro Luterano

Artigos Leia mais


Notícias Leia mais


Assine o Mensageiro Luterano e
tenha acesso online ou receba a
nossa revista impressa

Ver planos