Pais e sua função na aprendizagem das crianças


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19/08/2020 #Reflexão #Editora Concórdia

Amar as crianças é uma ação positiva na vida delas. Amar as crianças é dar-lhes atenção, é brincar com elas, é ensinar através das brincadeiras.

Pais e sua função na aprendizagem das crianças

     Ser pai e mãe é uma maravilha! Relembre que momento lindo quando nasce uma criança. Crianças são bênçãos de Deus e responsabilidade dos pais. Deus diz: filhos são herança do Senhor. Crianças nascem e precisam ser cuidadas; elas precisam dos adultos para sobreviver. Tudo o que os cuidadores fazem reflete na mente das crianças. Elas são influenciadas positiva ou negativamente.

As ações que os adultos realizam com as crianças ajudam a desenvolver a personalidade e as habilidades delas. Portanto, os cuidadores comprometidos com as crianças devem prestar muita atenção e ter valores cristãos e pedagógicos que as auxiliem para que possam ter crianças felizes.

     O desenvolvimento das crianças, segundo os teóricos Piaget, Vygotsky e Wallon, está ligado a ações de maneira muito especial. Piaget diz que é importante brincar e incentivar as crianças. Para ele, todos os movimentos são tratados como jogos. Os primeiros são chamados de jogos do exercício, e são todos os movimentos que as crianças realizam. Mexer as pernas, bater palmas, andar, correr, pular. Essas atividades iniciam na infância e continuam toda a vida. Depois ele classifica os jogos como sendo os simbólicos, quando a criança começa a usar os símbolos, criando imagens na mente. A seguir vêm os jogos de regras, quando as crianças começam a entender e a inventar as regras - Isto pode e isto não pode, tem que ser assim. 

     Vygotsky trabalha com a percepção de que todas as crianças realizam as coisas a partir do incentivo e da ajuda de um adulto. Para esse estudioso, a brincadeira se configura como uma situação privilegiada de aprendizagem infantil. Ele enfoca de maneira bem especial o papel da imitação na brincadeira, na medida em que a criança faz o que viu o outro fazer, mesmo sem ter clareza do que significa esta ação. Diante deste conceito, a responsabilidade dos pais para que os filhos imitem ações positivas é fundamental.

     Wallon preocupou-se com o funcionamento e o desenvolvimento neurológico das crianças. Segundo ele, a construção da personalidade é um processo progressivo, através do qual se realiza a integração da afetividade e da inteligência. Salienta que é importante a criança ter oportunidade de brincar, pois é através do corpo que ela estabelece a primeira comunicação com o meio social em que vive.

Pais, professores e outros cuidadores: é importante que vocês brinquem com as crianças. Hoje, em um mundo conturbado e cheio de ocupações, onde se corre em busca de sucesso ou até de sobrevivência, é bom que paremos para refletir o que realmente é importante realizar. Uma das ações importantes na vida é brincar com as crianças.

     Wallon diz que toda a atividade da criança é lúdica. Então é bom estar atento às ações das crianças. Acompanhar o desenvolvimento delas e introduzir brincadeiras e jogos.

     As crianças aprendem a usar sua imaginação no jogo, e isso ajuda a desenvolver a criatividade. Quando a criança gosta da brincadeira, procura o prazer repetindo-a. Introduzir brincadeiras com música, além de desafiar a criança a aprender a letra, vai fazer com que ela movimente o corpo, desenvolvendo sua coordenação motora, o que favorece a aquisição de ações intelectuais. A música melhora o desempenho e o rendimento dos alunos, reduz a agressividade, melhora o relacionamento interpessoal e confere-lhes melhor comportamento e disciplina.

Os pais e professores, em vez de apenas conversar sobre conceitos, podem adotar o ensino através de jogos e brincadeiras. Lembro novamente; BRINCAR é importante para as relações e para a aprendizagem. 

     Você, que está lendo este texto, pode se perguntar: mas o que tem a ver um texto assim nesta revista? Achei importante refletir sobre este tema para ajudar na educação das crianças, trazendo uma visão mais ampliada sobre o que elas necessitam e como melhor aprendem.  Elas também precisam aprender sobre aquele que as criou.

     Como os pais podem fazer para ajudar as crianças a entenderem a vontade de Deus para a vida delas? Ao se sentirem seguras com os pais e com quem cuida delas, elas vão acreditar nos ensinamentos que lhes serão repassados. Pode-se ensinar quando se brinca com as crianças, e com essa ação se estabelece um elo de confiança, de colaboração, de respeito e de amor.

     Amar as crianças é uma ação positiva na vida delas. Amar as crianças é dar-lhes atenção, é brincar com elas, é ensinar através das brincadeiras. Amar as crianças é falar-lhes do amor, e, principalmente, do amor de Deus por elas.

     Pais e professores, usem recursos como fantoches, teatros (colocar uma roupa típica para contar a história bíblica), versículos musicados, músicas, CDs, DVDs e ao que tiverem acesso para brincar com as crianças, mas sobretudo para ensiná-las sobre o amor de Deus.

     Lembrem o que diz Provérbios 22.6: “Eduque a criança no caminho em que deve andar; e até o fim da vida não se desviará dele”.

     É preciso educar com amor. Educar para o amor. Educar para enfrentar a vida. Pois: “Como um pai trata com bondade os seus filhos, assim o Senhor é bondoso para aqueles que o temem. A sua bondade permanece, passando de pais a filhos”. Salmo 103.13,18.

     Estejam atentos às ações de seus filhos. Estejam atentos ao aprendizado deles e lembrem-se de que Deus está do nosso lado. Deus está presente e cuida de cada um de seus filhos. “O SENHOR é bondoso com todos e cuida com carinho de todas as suas criaturas”; “O SENHOR Deus sempre cumpre o que promete: ele é fiel em tudo o que faz”.  Salmo 145.9,13.

 

Célia Marize Bundchen

Mestre em Educação e Psicopedagoga

Balneário Camboriú, SC

 

Bibliografia:

BIBLIA SAGRADA. São Paulo. Sociedade Bíblica do Brasil: 2009.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança. São Paulo: Zahar, 1975.

WALLON, Henri. A Evolução Psicológica da Criança. Lisboa: edição 70, 1981.

VYGOTSKY, L.S. Pensamento e linguagem. Lisboa: Edições Antídoto, 1979.

 

*Texto publicado na edição do Mensageiro Luterano de agosto de 2014.

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