Nos
últimos tempos ouvimos muito falar sobre o assunto “Gênero Humano”,
especialmente direcionado à questão da educação na escola pública e privada,
defendido pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura). Esse movimento, assim
ficou exposto, está sendo liderado pelo movimento LGBT (Lésbicas, Gays,
Bissexuais e Transgênicos) dentro do próprio governo e na sociedade em geral. Ao
ponderar sobre esse assunto, precisamos saber o que quer dizer o termo e
discuti-lo, sem expor as pessoas a constrangimentos desnecessários, mas nos
deter ao tema e às suas implicações bíblicas e sociais.
Se olharmos o significado do termo “gênero humano”, veremos
que pode ser um “modo de viver ou de proceder
[...]a humanidade [...] nomes que não são masculinos nem femininos” (Dicionário
Michaellis). Mas, também, “agrupamento de seres ou objetos que tem entre si
características comuns [...] propriedade de algumas classes de palavras,
notadamente substantivos e adjetivos, que apresentam contrastes de masculino,
feminino e, por vezes, neutro, que podem corresponder a distinções baseadas nas
diferenças de sexo [...] fingir ser o que não é” (Dicionário Priberam). É claro
que, nesse último caso, o termo pode ser usado para justificar uma conduta,
anseio e experiência diferentes do que é normalmente aceito, ou as escolhas contrárias
às leis da natureza, como menino/homem e menina/mulher, para menino que se
transformou em mulher e menina que se transformou em homem.
A primeira controvérsia gerada pelo
assunto é de que ele foi apresentado secretamente pelo MEC e “proibido” à
discussão e argumentação do povo em geral. Queria-se implantar o conceito de “Gênero
Humano” como regra de educação, sem deixar espaço ao diálogo e questionamentos.
Em nosso país, não poucas vezes, os contrários à mudança da lei natural das
espécies foram coagidos ao silêncio, a serem meros espectadores, sem o direito à
defesa de uma conduta e educação voltada à família constituída por Deus e
aceita secularmente como natural. É bom saber que a proposta defendida não é o
modo naturalmente aceito pela sociedade – homem/menino e mulher/menina, mas é
uma tentativa de imposição de que a criança opte por uma definição própria (ou
escolha) do sexo que ela quiser seguir (ou se identificar). E, nesse caso,
segundo a proposta, a educação deveria direcionar (segundo a questão de gênero)
a criança a fazer, após a apresentação e manipulação do assunto, a sua própria
escolha. A escola, por sua vez, seria obrigada a promover no PPP (Projeto
Político Pedagógico) esse novo padrão de ensino.
Daí vem o requisito de que a escola deverá
ter banheiros feminino (que poderá ser frequentado por menino que se acha
menina) e masculino (que poderá ser frequentado por menina que se acha menino).
Por enquanto, só na escola, posteriormente, na sociedade em geral e, mais
tarde, supomos que seria obrigatório nos templos e capelas.
Notamos uma confusão sobre a investida do
tema na educação. O tema que aparece camuflado na palavra “gênero” e a sua
imposição nas escolas públicas e privadas quer que a criança decida sobre as suas
práticas sexuais; quer que ela perceba as suas vocações de libido diante de
meninos ou meninas. Ora, no fundo podemos perceber que isso sugestiona e
caracteriza um apelo, influência e assédio sexual. Existe na lei a proteção para
que criança não seja exposta à sexualidade, exatamente para não ser usada e
invadida nessa fase de formação humana. Ora, a sexualidade infantil deve ser
preservada, e não exposta e explorada. Cabe aqui a reflexão se não se está tentando infiltrar
sorrateiramente a pornografia infantil e a exploração sexual infantil, ambos
condenados pela Lei? Seria possível pensar que é isso, nada mais e nada menos, que
se está tentando atingir com essa nova educação? Ora, seria isso uma tentativa
de frear a autoridade dos pais e mães para que não mais protegêssemos seus
filhos dessa ideologia do MEC e do LGBT? Ora, o que sobra às famílias
tradicionais, que durante milhares de anos fizeram a história humana acontecer,
deveriam ser diminuídas, caçadas e condenadas à extinção?
Ao que
tudo parece, esse é o caminho proposto pelo movimento que quer classificar o
ser humano diferente de masculino e feminino. Cabe a nós estudarmos o assunto,
avaliarmos e termos uma opinião própria. Essa liberdade nos é garantida na
constituição brasileira. Enfatizamos que a resposta correta está na pesquisa e no
debate entre as famílias, procurando em Deus a resposta, de maneira mais
saudável e respeitosa.
Entramos na questão da família, que é o
pai e a mãe da sociedade. Não existem
pessoas sem pai ou sem mãe, isto é, sem família. Nós sabemos que a família constituída
por homem e mulher, pai e mãe, foi responsável por toda a estabilidade e história
da humanidade. Negar isso seria negar a própria existência. De forma absoluta,
não queremos que todos sejam obrigados a aceitar o que nós cristãos confessamos,
entendemos e praticamos. A liberdade existe, mas ninguém tem o direito de impor
práticas que nem cientificamente foram comprovadas. Isso é um desrespeito à humanidade.
O que nós, cristãos,
podemos dizer ou defender diante dessa questão que afeta diretamente os nossos
filhos e o futuro da nação brasileira? Vamos silenciar e manter distância? Ou
cuidar para não nos expormos? A maioria dos brasileiros não
se envolve nessa polêmica por falta de interesse, incapacidade de diálogo e
medo de ser condenado. A corrupção desenfreada nos diversos segmentos do
governo público, entidades, cooperativas, associações, etc., mostra que o
brasileiro não se envolve muito com polêmicas, por isso muitas mazelas se
perpetuam. E nós, que caminho vamos seguir?
Para quem não sabe, Deus já tem o discurso
pronto. Vamos olhar na Bíblia,
compreendê-la e verbalizá-la às pessoas. Nós não precisamos formular nenhuma
oratória própria, nem devemos partir para agressões físicas e/ou verbais. Nós
podemos somente relatar o que Deus nos ensina na sua Palavra. Mas também devemos
demonstrar a nossa fé com atitudes santas, em amor pelas pessoas. Devemos servir
de exemplo àqueles que não creem. Só dessa forma conseguiremos levar a Boa
Notícia da salvação aos descrentes e fortalecer a fé daqueles que já creem. A novidade
do Evangelho é o motor do entendimento cristão e a chave da preservação da
sociedade humana.
Como cidadãos brasileiros, precisamos cuidar
com esse golpe na educação e, depois, na Constituição do país. Estão querendo
nos classificar como “gênero”. A resposta cabe a você, dizer NÃO ao “gênero” e
SIM ao menino/homem e à menina/mulher. Contudo, você também tem a liberdade de
dizer tudo ao contrário. Mas é bom saber que toda a decisão tem as suas
consequências, e nela está o futuro favorável ou danoso das nossas crianças, da
família e do país. Nós somos homem ou mulher, menino ou menina, e não um “gênero”
humano. Porque devemos ficar calados e
coagidos ao silêncio por causa de organizações que lutam pelos seus próprios
interesses e não pelos da grande maioria?
Como já dissemos, o discurso de Deus já
está pronto. Vejamos o que a Bíblia nos diz a esse respeito:
“Então, do pó da terra, o SENHOR
formou o ser humano. O SENHOR soprou no nariz dele uma respiração de vida, e assim
ele se tornou um ser vivo [...]Depois o SENHOR disse: — Não é bom que o homem
viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra
metade [...]Mas para Adão não se achava uma ajudadora que fosse como a sua
outra metade. Então o SENHOR Deus fez com que o homem caísse num sono profundo.
Enquanto ele dormia, Deus tirou uma das suas costelas e fechou a carne naquele
lugar. Dessa costela o SENHOR formou uma mulher e a levou ao homem. Então o
homem disse: “Agora sim! Esta é carne da minha carne e osso dos meus ossos. Ela
será chamada de ‘mulher’ porque Deus a tirou do homem.” É por isso que o homem deixa o seu pai e a
sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa” (Gn
2.7,18,20-24).
A Bíblia é bem clara em dizer que Deus fez
Adão e Eva, homem e mulher, para a procriação e perpetuação da espécie, amor e convivência
familiar. Deus os criou, abençoou e acompanhou a sua criação até os dias de
hoje. Cada dia a criação obedece às leis da natureza para a sua preservação,
pois para esse fim ela foi criada. O universo todo é preservado pela Palavra de
Deus e por regras por ele instituídas no curso natural de cada espécie.
Por isso, segundo a Bíblia, não podemos
concordar com as mudanças que alguns querem impor em nosso país, achando que
podem fazer ou desfazer como bem entendem, como se fossem deuses aqui na terra.
Já estão matando seres humanos pela prática do aborto legal, e agora querem
expor as nossas crianças ao assédio sexual. Onde
isso vai parar?
Bem alertou o Senhor, através de Paulo,
que isso seria inevitável no mundo.
“Por causa das coisas que essas
pessoas fazem, Deus as entregou a paixões vergonhosas. Pois até as mulheres
trocam as relações naturais pelas que são contra a natureza. E também os homens
deixam as relações naturais com as mulheres e se queimam de paixão uns pelos
outros. Homens têm relações vergonhosas uns com os outros e por isso recebem em
si mesmos o castigo que merecem por causa dos seus erros” (Rm 1.26-27).
Sabemos, pela Bíblia, que quem está por
trás dessa investida é Satanás, que “vem somente para roubar, matar e destruir”
(Jo 10.10). Ele não pode ver o bem da família, da igreja, dos cristãos, da saúde,
etc., que faz de tudo para aniquilar e eliminar. Não pensem que isso veio só da
cabeça desses pobres seres humanos. Não! O inimigo de Deus e dos filhos de Deus
é o grande líder por detrás da “Ideologia de Gênero”, e essas pessoas só estão
aos seus propósitos.
Nós
não temos a autoridade de Deus de obrigar as pessoas a fazerem o que achamos
certo e de acordo com o que é bíblico. Cada um toma a sua própria decisão,
sabendo que um dia vai ter que prestar contas ao Criador. Por
isso, “estejam alertas, fiquem firmes na fé, sejam corajosos, sejam fortes, que
tudo o que vocês fizerem seja feito com amor” (1Co 16.13-14).
Fiquemos firmes na fé em Deus, através de
Jesus Cristo, pois nele temos a salvação garantida, a proteção, a bênção e a
orientação às famílias. Os filhos desse mundo sempre vão apresentar soluções
próprias, longe da vontade do Criador, e, com isso, colocarão em risco a nossa
existência. Por isso pedimos que o
Senhor segure bem forte a nossa mão, pois tempos difíceis (perseguição)
certamente virão. Podemos ter a certeza de que Deus jamais abandonará os seus
filhos, ele sempre cuidará das pessoas que confiarem nele. Isso ele fará
enquanto o mundo existir. Por isso é importante entregar toda a nossa vida nas
mãos do Senhor, que, através de Jesus Cristo, quer sempre o melhor para todos
nós. Como ele mesmo diz: “Entregue os seus problemas ao SENHOR, e ele o
ajudará; ele nunca deixa que fracasse a pessoa que lhe obedece” (Sl 55.22).
Pastor Elvino
Alberto Krieser
Bacharel
em Teologia
Pós-graduado
em Gestão Educacional
*Texto publicado no Mensageiro Luterano de agosto de 2015.
1.
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=g%EAnero
2.
http://www.priberam.pt/dlpo/g%C3%AAnero
3.
http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=71
4.
Idem