Peças de Nosso Passado


Nesta série, o Instituto Histórico quer divulgar objetos interessantes que estão guardados no acervo. A cada semana, uma nova história será contada, acompanhe. Clicando nas fotos, você poderá ver as imagens com mais detalhes.

      A grande gráfica do Sínodo de Missouri, EUA, produzia – entre centenas de outros materiais – os calendários de bolso, na época conhecidos como Taschen-Kalender ou Pocket Diary (fotos 1 e 2) voltados especificamente para obreiros: professores e pastores. Os estudantes de nosso Seminário Concórdia, nas primeiras décadas reutilizavam essas agendas pastorais que já haviam servido aos pastores missionários e professores. O ano da agenda não importava, e as datas não combinavam com o dia da semana. Mas eram muito úteis assim mesmo!



      O então teologando e depois pastor Carlos Henrique Warth (1902-1976), que estudou no Seminário de 1916 a 1921, aproveitou vários Pocket Diary para seus registros. As datas dos aniversários dos superiores e também de parentes eram caprichosamente inseridos (fotos 3 e 4), recebimento de valores (foto 5), assim como a listagem dos membros de sua primeira congregação, em Moreira – Gramado, RS, na parte superior esquerda da foto 6


                                  


 

      Há ainda o resumo de um sermão do 15º Domingo após a Trindade (foto 7) de autoria não identificada. A maioria das anotações da página à direita era depois transcrita para os registros oficiais. Do teologando e depois pastor Warth, temos ainda os calendários de bolso dos anos 1915 (em alemão, Taschen-Kalender), 1919, 1920 e 1922 (em inglês, Pocket Diary).




      A importância que o Sínodo de Missouri atribuía ao trabalho missionário no Brasil pode ser constatada na parte final da tabela (foto 8) relativa à diferença dos fusos horários de várias cidades, onde consta impressa a cidade de Porto Alegre, SA (South America), entre outras de maior expressão.




     Ditos encorajadores também eram anotados, como “Early to bed and early to rise makes a man healthy and wealthy and wise”, ou seja, “Dormir cedo e acordar cedo faz um homem saudável, rico e sábio”, retratado na foto 9.

      Desde 1983, as agendas pastorais, como são conhecidas atualmente, são produzidas pela Editora Concórdia, aqui no Brasil. Para conhecer as agendas pastorais atuais, clique aqui.


      Este material faz parte do acervo do Instituto Histórico da Igreja Evangélica Luterana do Brasil. 


      
Os pastores, e às vezes os professores sinodais, em suas viagens, sobretudo nas primeiras seis décadas da IELB (1900 a 1960), utilizavam toda sorte de meios para se deslocar no trabalho de seu ministério: a pé, a cavalo, de charrete, de moto, etc., sendo de suma importância o volume e o peso daquilo que levavam na viagem, que poderia demorar 14 dias ou até mais. As roupas, os livros, os medicamentos, as encomendas, etc., e os utensílios para celebração da Santa Ceia. Nas viagens, deveriam estar prontos para um sem número de situações, muitas delas imprevisíveis ou inesperadas. 
     
Casamentos, batizados, profissão de fé, instrução cristã. O mais comum e previsível, também entre os mais importantes, era a Santa Ceia. O pastor sempre precisava estar devidamente preparado, levando junto os elementos vinho e hóstias, e de preferência apresentados em utensílios não improvisados, mas únicos, que transmitissem solenidade e respeito ao sagrado ato litúrgico.




      
A Santa Ceia era assim ministrada nas residências ou em uma visita hospitalar. Trazido do estado do Espírito Santo, e entregue ao IH pelo Rev. Arnildo Schneider, o objeto em foco é bastante raro, pois sua fabricação remonta à época da realeza alemã. O fabricante, F. W. Jul. Assmann, era um fornecedor do paço real, ou seja, Königl. Hoflieferant, que tinha sua fábrica instalada na cidade de Lüdenscheid, Alemanha (foto 03). O produto era vendido na então Casa Publicadora Concórdia (hoje, Editora Concórdia).
     
O estojo fechado, que mede 12,5cm de altura e 8cm de diâmetro na sua parte maior, guarda todas as peças que podem ser vistas (foto 02), mas num arranjo e sequência única, onde, na parte de vidro, é depositado o vinho que, depois, na cerimônia, é transposto para o cálice, então já montado com pedestal (foto 01). 
     
A fábrica do “Estojo Prático para Santa Ceia”, mesmo depois de duas guerras mundiais, ainda está ativa, e no mesmo ramo, de materiais e utensílios para igrejas.



  O presente item do acervo como muitos outros, estão à disposição para visitação em nosso Instituto Histórico, bastando combinar dia e horário: (51) 3332-2111 ouinstitutohistorico@ielb.org.br.

      A eletricidade era dispensada, o manual de funcionamento não era com figuras numeradas e sequência exata dos procedimentos, bastava o bom senso... e força física. A máquina endereçadora (foto 01) não necessitava de internet muito menos de banda larga; também não precisava confirmar.

     Nos anos entre 1960 e 1990, este equipamento foi um auxiliar de primeira linha na administração da IELB. Agregada à eficiência dos Correios, fazia chegar toda sorte de cartas, comunicados, relatórios, informações, conclamações e até convocações, a toda Igreja.


      Nomes e endereços de pastores, professores (Sinodais ou do Seminário) e leigos detentores de funções nos mais diversos setores e departamentos da IELB formavam o “cadastro em chapinhas” (foto 02) como poderíamos chamar hoje. O mais difícil era manter atualizada a guarda das “chapinhas” ou “fichas metálicas” que mediam 58 x 102 mm (foto 03).


              Na área superior, eram indicados nome e endereço e, na inferior, alto relevo em negativo, repetia-se a mesma informação


      Na área superior, eram indicados nome e endereço, e, na inferior, alto relevo em negativo, repetia-se a mesma informação, que depois serviria como um carimbo, que impressionaria o envelope, intermediada por uma fita de tecido entintada (foto 04).


      A máquina mede 35 x 45 centímetros, tem um peso descomunal de 27 quilos, mas é um primor técnico-mecânico, construída para durar muitas décadas. Para operá-la, a pessoa precisava de força braçal, em que cada movimento individual cadenciado “imprimia” o endereço completo do destinatário sobre um envelope ou outro papel (fotos 05 e 06).


A máquina mede 35 x 45 cm e pesa 27 kg        


      As “chapinhas” estavam guardadas em gavetas metálicas (foto 07), em grupos, com indicações como Pastores-Norte, Pastores-Auxiliares, Pastores-Atividades diversas etc., dependendo o enquadramento de cada um. A máquina era abastecida, como podemos observar nas fotos 08 e 09.


     


      Atualmente, são raros cartas, informações e documentos seguindo pelos Correios. Usam-se outras maneiras de alcançar os destinatários com maior correção, eficiência e velocidade; na IELB temos os e-mails, portal, redes sociais, assim como as congregações e entidades auxiliares possuem seus meios também.


O presente item do acervo como muitos outros, estão à disposição para visitação em nosso Instituto Histórico, bastando combinar dia e horário: (51) 3332-2111 ou institutohistorico@ielb.org.br.


      Sim, são 16 polegadas (cerca de 40 cm) de diâmetro, e pode ser confirmado olhando a régua marcando o raio de 8 polegadas (foto 01). Somente o selo central do bolachão é do tamanho de um CD atual (foto 02). Com um programa de cada lado, essa raridade foi utilizada apenas duas vezes e enviada a uma única emissora de rádio. Foi assim que a Hora Luterana chegou a muitos lares brasileiros. Começou com transmissões ao vivo, depois passou aos discos, mais adiante às fitas magnéticas e, hoje, pela internet. 



      A coragem e a determinação do pastor Rodolpho Hasse fizeram acontecer o primeiro programa evangélico pelo rádio no Brasil. Naquele domingo de 26 de maio de 1929, na Rádio Clube do Brasil, PRA-3. Por 30 minutos, a Palavra de Deus invadiu os lares do Rio de Janeiro. E isso foi se repetindo, os espaços oferecidos foram sendo aproveitados. Mais ou menos na mesma época (no dia 2 de outubro de 1930), acontecia nos Estados Unidos a primeira Lutheran Hour (HL), patrocinada pela Liga de Leigos Luteranos daquele país. Com o passar dos anos, a área internacional da LH passou a atender 31 países, entre os quais o Brasil, principalmente com suporte financeiro.


      

      
      No Brasil, a gravação acontecia num estúdio improvisado na sacristia da Congregação Paz, do Rio de Janeiro (foto 03). Os sulcos eram tangidos diretamente no acetato, e não podia haver erro, senão tudo começava da frente. Imagine o “locutor” (pastor Rodolpho Hasse) fazendo o sinal para o coral (ao vivo!) entrar no exato momento, e depois dando continuidade à leitura da devoção radiofônica. Seus dois filhos, Paulo e Martinho (foto 04) o auxiliavam no início. O presente disco contempla as devoções de número 191 e 192 (fotos 05 e 06), colocadas no ar pela Rádio Sociedade Bahia, nos dias 26 de novembro e 3 de dezembro de 1950.


Os dois programas inclusos no vinil        Programas da Hora Luterana inclusos no vinil

     
      No início das irradiações (Domingo da Páscoa de 1947), foram 10 emissoras, como pode ser observado no “reclame” do Mensageiro Luterano (foto 07). Por esse periódico da IELB também era feito o monitoramento dos programas de rádio, pelas cartas dos ouvintes (foto 08). Em abril de 1948, o programa já era transmitido por 15 emissoras de rádio.


Anúncio no Mensageiro Luterano       Monitoramento de cartas


      A presente peça do acervo do IH-IELB é bastante rara, tanto que no Museu da Imagem e do Som Hipólito José da Costa, de Porto Alegre, RS, só existe um exemplar, da Rádio Farroupilha, com a gravação de 01 de junho de 1953 do programa “Homenagem à Leopoldo Geyer”.

      A Hora Luterana, hoje em dia, anuncia o evangelho de Jesus Cristo não só pelo rádio, mas através de diversos meios de comunicação à disposição. As mensagens das mais variadas, muitas diárias, são ouvidas através do rádio, lidas em impressos regulares, e ainda acompanhadas no site e no blog. Os ouvintes e outros contatos solicitam e são atendidos gratuitamente com material enviado pelos Correios. Congregações e serviços de Capelanias são apoiados com materiais específicos de campanhas, também pelo Brasil afora. Tudo isso e muito mais você pode obter acessando o site  ou blog da Hora Luterana, pelo e-mail horaluterana@horaluterana.org.br, pelo telefone (11) 5097-7600, ou até mesmo visitando a sede situada na Av. Vereador José Diniz, 2306, Brooklin, 04604-004 - São Paulo, SP. 
      Do dia 28 de outubro a 10 de novembro de 1917 aconteceram grandes e significativas celebrações para marcar os 400 anos da Reforma. O local escolhido foi o centro das atividades da IELB em Porto Alegre, RS, no bairro Navegantes, que reunia, além da sede da IELB, o Colégio Concórdia, o Seminário Concórdia e a Comunidade Cristo. 


      Para a ocasião, foi organizado e produzido um caderno com 12 páginas, que continha nove programas, muito bem detalhados, assim como um apêndice com 25 hinos. O texto todo foi escrito em alemão, e a maior parte do tipo de letras impressas era do estilo gótico, exceto as capas (foto 01). 


      Professores (paroquiais e do Seminário), pastores e teologandos  se esmeravam nas preleções, música instrumental, diferentes corais, solos, declamações, enfim, momentos que deveriam ser marcantes também para os muitos visitantes previstos.


      A  terceira celebração anunciada no caderno foi a mais breve, mas talvez a que mais chamou a atenção da população, pois, foi realizada na rua, em frente ao templo. Em tradução, assim constava impresso (foto 02):



   3ª Celebração


   Quarta-feira, 31 de outubro, 12:15 horas da tarde


   Cerimônia em frente à Igreja


      As 95 teses do Doutor Martin Luther na porta da Igreja


      Os alunos da Escola da Comunidade e da Escola Dominical, os alunos e professores do Seminário Concórdia e os demais participantes das festividades se posicionarão num semi círculo em frente ao templo e cantarão: “Castelo forte...” e receberão uma cópia impressa das teses. Para essa breve comemoração todos os luteranos são instados a comparecer.


      As nove celebrações tinham seus títulos específicos, como por exemplo: dia 31 à noite Culto Festivo Principal; dia 1º de novembro, à noite, Comemoração Acadêmica do Seminário Concórdia; dia 4 de novembro, às 19h, Culto Infantil; dia 10 de novembro, 20h, Comemoração da União Juvenil pelo Aniversário de Lutero.  


      Outro momento importante nos festejos, incluso no caderno,  foi o culto à noite, 20h, do dia 31 de outubro (foto 03). Segue tradução de parte do programa:

Programa do dia 31.10.1917, 18h


Programa do dia 31.10.1917, 18h


   4ª Celebração


   Culto principal da Celebração


   Prelúdio em Fá, Otto Malling


   Canto da Congregação nº 14 


   Liturgia: Pastor Frosch: Glórias a Deus nas Alturas.


                Congregação: Toda honra e glória.... nº 25


                P. O Senhor seja convosco.


                C. E com teu Espírito
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   Canto da Congregação nº 19, Castelo forte é nosso Deus...
   Liturgia: Pastor Reinking, Apocalipse 14, 6-13
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   Credo apostólico, em conjunto, toda a Congregação


   1º Sermão: Professor Johannes Kunstmann.


   Coro Masculino: A Deus Jubilai, a Ele agradecei. Julius Kämpfe


   2º Sermão: Pastor August Heine


   Coro Misto: Senhor Deus, nós te louvamos


   Oração da Reforma, nº 3, Pastor Reinking
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   Canto da Congregação nº 7, Glória ao Pai e ao Filho...


   Poslúdio:  Christian Rick, Fantasia


   ( À saída coleta para o “Fundo Jubilar” )


      Se o leitor retornar à foto 01, no lado esquerdo, há uma conclamação denominada “Uma palavra séria de Lutero” , do ano 1524. A tradução consta do Volume 5 de “Martinho Lutero, Obras Selecionadas, páginas 306 (linha 31) até 307 (linha 5) , coedição Sinodal e Concórdia, de 1995” 


      “Caros alemães, comprai enquanto o mercado está às portas, colhei enquanto o sol brilha e o tempo é bom; aproveitai a Palavra de Deus e sua graça enquanto estão aí. Pois é preciso saber que a Palavra de Deus e sua graça são como chuva de verão, que não retorna ao lugar por onde passou. Ela esteve com os judeus, mas o que passou passou. Agora estão sem nada. Paulo a levou para a Grécia. Mas também aí, o que passou passou. Agora eles têm o turco. Ela também passou por Roma e o mundo latino. O que passou passou. Agora eles têm o papa. E vós alemães não deveis pensar que a tereis eternamente, pois a ingratidão e o desprezo não permitirão que permaneça por muito tempo. Portanto, agarre quem puder. Mãos preguiçosas terão um ano ruim.”


      Ainda no folheto, encontramos curiosidades sobre a 5ª celebração: as quatro estrofes do hino Castelo Forte foram entoadas, em português, por um coral formado por alunos.  Houve cinco palestras ministradas por estudantes de teologia, uma delas em português, no caso, por Rodolpho Hasse.


      As igrejas luteranas no mundo todo, e também no Brasil, estão programando marcantes eventos para os 500 da Reforma, que culminarão no dia 31 de outubro de 2017. Não deixe de visitar o portal da IELB,  assim como a Editora Concórdia, que tem à venda diversas obras e comentários referentes ao Reformador Lutero, sua vida e sua obra. Também no Instituto Histórico da IELB, na biblioteca do Seminário Concórdia e na Biblioteca da ULBRA existe um vasto material para leitura e consulta.


Acompanhe as informações sobre os 500 anos da Reforma aqui


      “... lançando um monumento para o Brasil e para o Mundo: não um monumento estático de pedra, ferro ou cimento, mas um SELO, monumento dinâmico, que anda, que corre, que voa ...” (Palavras finais da Alocução do Rev. Leopoldo Heimann, presidente da Comissão dos 500 anos de Lutero, em 18 de abril de 1983) 


(foto 01)


      No tempo das cartas, ofícios e memorandos, tudo correu normalmente desde o início, do pedido do selo especial, em 25.11.1981 (foto 02), até o primeiro dia de circulação, em 18.04.1983 (foto 03).

Pedido do selo – 25/11/1981 Primeiro dia de circulação do selo


Pedido do selo - 25/11/1981       Primeiro dia de circulação dos elo

     
      Este processo que durou quase dois anos e meio, do início até ao fim, envolveu muitos personagens, entidades e organizações, tais como: o então presidente da IELB, Rev. Johannes H. Gedrat, a Comissão Especial dos 500 anos de Lutero, o artista Franz Tschersovsky (foto 04), responsável pela arte do selo, os Correios (ECT - foto 05) de Brasília, DF, e de Porto Alegre, RS, o governo alemão, o Consulado em Porto Alegre, e a Embaixada em Brasília.

Desenhista Franz Parte da carta dos Correios

Desenhista Franz       Parte da carta dos Correios


       A solenidade central do primeiro dia de circulação, realizada em São Leopoldo, RS, e simultaneamente em Pelotas, RS, e Goiânia, GO, contou com a presença da comunidade (foto 06), autoridades civis e eclesiásticas. O momento de obliterar (carimbar) o selo comemorativo era o destaque de todo um protocolo de programação.

Lançamento do Selo em São Leopoldo Frente do cartão postal


Lançamento do Selo em São Leopoldo        Frente do cartão postal        

  
      Um documento específico denominado Edital (contendo breve biografia de Lutero e os dados técnicos do selo, escrito em português, francês e inglês) era disponibilizado aos filatelistas (colecionadores de selos postais) do Brasil e do mundo. Também o envelope do “primeiro dia”, o cartão postal (foto 07), entre outros produtos foram todos devidamente pré-selados.


      O Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, RJ, de 8 de março de 1983 (foto 08), em sua seção de Filatelia, também registrava o fato, e revistas de circulação nacional se dedicaram a ressaltar as grandes mudanças na vida da sociedade, na economia, no ensino, entre muitas outras, influenciadas por Martinho Lutero. Assim, o simples fato do preparo e emissão de um selo comemorativo envolveu um grande número de pessoas e entidades, que puderam conhecer mais de perto a vida e obra do Reformador.

Jornal do Brasil de 1983

Jornal do Brasil de 1983


      Lá se foram mais de 30 anos quando a IELB, e também outras igrejas evangélicas, sobretudo as luteranas, lembraram com muito respeito, honra e reconhecimento, os 500 anos do nascimento de Martinho Lutero. A IELB montou uma verdadeira estratégia de divulgação, com diversas intervenções nas mais diferentes áreas e departamentos da Igreja, e mesmo fora dela, como foi o caso dos Correios, entidades públicas e autoridades em geral.


      O Instituto Histórico possui em seu acervo farto material original relacionado ao Selo dos 500 Anos de Lutero, além de outros documentos, fotos e relatos ligados ou relacionados à história da IELB. Marque uma visita, através do e-mail institutohistorico@ielb.org.br ou telefone (51) 3332-2111.


Acompanhe as informações sobre os 500 anos da Reforma aqui

      A imprensa em geral, além da religiosa, deu ampla cobertura ao aniversário de 500 anos de Lutero, comemorado em 10 de novembro de  1983, com publicações das mais variadas (foto 01). As fotos que seguem são recortes de algumas publicações.


      O “Jornal da Tarde” de São Paulo, em sua edição de 5 de novembro daquele ano, divulgou no “Caderno de Programas”, reportagem em seis folhas tamanho standard, com quatro temas básicos, os quais ressaltamos “A Ética” e “No Brasil” (fotos 02 e 03). Renomados autores deram peso especial ao trabalho, como Dr. Joachim Fischer (da IECLB), Max Weber (em tradução), e José J. de Andrade Arruda (do Departamento de História da USP).


Texto A Ética, do Jornal da Tarde de 05/11/1983       Texto No Brasil, do Jornal da Tarde de 05/11/1983

    
      Também a edição de 10 de novembro de 1983 da “Folha de São Paulo – Ilustrada”, em sua página 31, publicou texto do Dr. Walter Altmann, da IECLB (foto 04).


      O Caderno Cultura, do “Estadão”, de 6 de novembro, contemplou todas suas 15 páginas ao tema, com o título “Lutero: um homem da terra e de Deus”. Textos de     seis autores, vários em tradução, dos quais pinçamos um parágrafo, de Jaroslav Pelikan (do NY Times Magazines, em tradução): “Lutero foi muitas coisas – orador,   intelectual, figura pública. Acima de tudo, porém, era um homem de fé. E um teólogo. E, se quisermos entender por que ele ainda hoje é tão importante, é na sua   teologia que devemos buscar compreendê-lo”.


  Folha de São Paulo Ilustrada de 10/11/1983


      Duas edições (nºs 1647 e 1650) da então famosa revista “Manchete” deram espaço ao tema, com sete e 10 páginas, respectivamente. A primeira, de 12 de novembro, fartamente ilustrada, traz uma tradução da revista norte-americana “TIME” (foto 05), relatando os fatos acontecidos na Europa do século XVI. A outra reportagem é de 3 de dezembro, cuja chamada da capa é “Protestantes, os herdeiros brasileiros de Lutero” (fotos 06 e 07), trazendo análises do reflexo da Reforma no Brasil de 1983.


Revista Manchete de 12/11/1983                     Capa da Revista Manchete de 03/12/1983       Página interna da Revista Manchete de 03/12/1983


                

  
      Em Brasília, a Câmara Federal (29 de novembro) e o Congresso Nacional (30 de novembro) por suas lideranças políticas, enalteceram e registraram em seus anais os 500 anos de Lutero (foto 08).

Material publicado pelo Congresso Nacional




      A República Democrática da Alemanha (DDR), já em 13 de junho de 1980 criara o “Comitê Martin Luther”, editando um livreto de 60 páginas. A obra contém toda a organização dos festejos, nomes relacionados, discursos, cidades de Lutero etc. (fotos 09 e 10). A título de curiosidade segue a tradução do texto da segunda foto: “Friedrich Engels caracterizou a Bíblia de Lutero como um forte instrumento para o advento dos movimentos populares”.


  Material da DDR produzido em 1980       Texto em alemão


      O Mensageiro Luterano foi pródigo em sua ação: publicou em 1983, na edição especial janeiro/fevereiro (número duplo) exclusivo tema LUTERO: 500 ANOS. Foram mais de 60 páginas escritas pelos autores Revs. Horst Kuchenbecker e Geraldo W. Stanke, Dr. Nestor L. J. Beck, e o texto central era de Victor Paulos (LCMS), com tradução do inglês de Francisco Simões (fotos 11 e 12). Em novembro, o Mensageiro Luterano retomou o tema, em sua página 16.


Mensageiro Luterano de janeiro/fevereiro de 1983       Mensageiro Luterano de janeiro/fevereiro de 1983

  
      Muitos outros periódicos e edições especiais homenagearam o Reformador, naquele ano de 1983: “Mensageiro O Luterano” (IELA), “Luther 83” (da baixa Saxônia, Alemanha), “Revista Ultimato” (Viçosa, MG,), “Luther-Magazin” (mais de 40 páginas, editado pela EKD, Igreja Evangélica da Alemanha).


   Os materiais aqui citados fazem parte do acervo do Instituto Histórico da IELB, que você pode visitar,  bastando combinar dia e horário pelos contatos: (51) 3332-2111 ou institutohistorico@ielb.org.br.

 

      Acompanhe as informações sobre os 500 anos da Reforma aqui  

     O Lar Cristão, que hoje se chama Anuário Luterano, continha em suas páginas o que na época era denominado Reclames, o que tornava a publicação anual da IELB praticamente autossustentável.


      Apesar da inserção de propagandas na publicação ter início só em 1938, desde 1925 já havia o Luther-Kalender, com textos publicitários em português e alemão (foto 01). Se observarem bem, no anúncio Fleck e Cia. os dois idiomas se misturam: Armazem in Seccos und Molhados; e ainda:Roll-Fumo (foto 02).


Anúncio Fleck mistura os dois idiomas


      Também havia clara fusão mas também confusão entre os dois idiomas (foto 03): o Gabinete Dentário queria certamente se anunciar como “preços sem competição”, mas acabou saindo “sob garantia e preços sem competência”.


Anúncio confundem os dois idiomas


      Os Almanaques, onde se enquadram essas publicações, tinham um público fiel e cativo devido a seu conteúdo variado; e a origem da publicação também dava, de certa forma, credibilidade, ao produto ou serviço oferecido. Um exemplo disso são as famosas marcas Gerdau e Underberg, que divulgaram seus produtos no Luther-Kalender em 1932 (fotos 04 e 05).


Anúncio de cadeiras da Gerdau       Anúncio de aperitivo Underberg

          
      Na área da saúde e tratamento de doenças, a presença de anunciantes era frequente, com ilustrações da década de 1940, que hoje não fariam muito sentido (fotos 06 e 07).


Na área da saúde, anúncio de tratamento de doenças       Na área da saúde, anúncio de tratamento de doenças

          
      A movimentação, na área de transportes, prometia horários e atendimento completo (fotos 08, 09 e 10). Muitos obreiros se utilizaram dos navios Ita, entre o Rio de Janeiro e Porto Alegre.



Anúncio sobre movimentação na área de transportes        Anúncio sobre movimentação na área de transportes        Anúncio sobre movimentação na área de transportes


      Assim, a então Casa Publicadora Concórdia (atual Editora Concórdia), fora a linha religiosa, dispunha de material bem diversificado naquela época (fotos 11, 12 e 13). Além do que consta nas fotos, seu portfolio incluía  máquinas fotográficas, filmes etc.


Outros materiais disponíveis pela Casa Publicadora       Outros materiais disponíveis na Casa Publicadora       Outros materiais disponíveis na Casa Publicadora


      Para celebrar os 50 anos do Seminário Concórdia (1903-1953), o Prof. Karl A. Rupp elaborou um livro contendo informações e fotos da instituição, mostrando parte do cotidiano de seus alunos e professores. São exatas 100 páginas – a maioria em papel couche – que ainda hoje são marcantes por sua comunicação visual focada na visão holística da entidade hoje mais que centenária (foto 01).


     À página 100 (foto 02) estão registrados os artífices da obra: além do Prof. Karl A. Rupp, responsável pelo texto e algumas fotos; Wolfdietrich Wickert, “Studio Os 2”, entre os melhores fotógrafos da época em Porto Alegre, RS, autor da maior parte das fotos; Wolfgang Rupp, filho do Professor, exímio artista da Casa Genta (vitrôs), junto com o fotógrafo, responsável pelos desenhos. A edição do trabalho foi realizada pela então Casa Publicadora Concórdia, hoje, Editora Concórdia


Autores da obra registrados na página 100 do livro       Parte interna do livro

          
      O esmero da capa e das letras utilizadas no miolo (foto 03) demonstram as origens e a modernidade da apresentação.


      O início, e 50 anos após (foto 04) mostra a pujança da instituição, que começou com cinco alunos, todos adultos, e chegou a comportar mais de 200, atendendo a faixa etária dos 11 aos 23 anos de idade. Também apresenta a distribuição das construções na bela área de cerca de três hectares localizada no Mont’Serrat (foto 05), cuja planta é de autoria de Wolfgang Rupp.


Fotos do início e 50 anos depois do Seminário       Planta de autoria de Wolfgang Rupp

             
      Destaque também para a revista dos estudantes “Nostra Vita” (foto 06), que era administrada por abnegados teologandos, onde destacamos o pastor emérito Martim Stern, atualmente residindo em Joinville, SC.
               

Revista        Homenagem ao Rev. Louis Charles Rehfeldt


      O livro do cinquentenário também registra justa homenagem ao Rev. Louis Charles Rehfeldt (foto  07), que por 35 anos atuava diretamente como professor no Seminário.


      E agora, duas fotos (08 e 09) contemplam os professores (inclusive os assistentes) desde 1903 até 1952, e também os alunos da Teologia de 1952. Quatro teologandos ainda estão entre nós, em Porto Alegre: Donaldo Schüler, Edgar Krick, Egon Steyer e Nestor Hugo Christ.


      

                
     O Conselho Administrativo do Seminário Concórdia era formado por cinco membros da IELB, e no grupo de 1952 (foto 10) podemos contemplar quatro deles, sendo que o sentado à direita, é ainda membro ativo da Congregação São Paulo, de Porto Alegre, e seu nome é Adalberto Nickel.


Conselho Administrativo do Seminário Concórdia

   O Museu da Comunicação Hipólito José da Costa, do RGS, tomando conhecimento do livreto dos 50 anos do Seminário Concórdia, sua qualidade e conteúdo, assim como o profissionalismo dos editores e dos envolvidos diretamente em sua montagem, solicitou que a IELB lhe fizesse entrega oficial de um exemplar, para fazer parte do seu acervo.   
 
  O presente item do acervo como muitos outros, estão à disposição para visitação em nosso Instituto Histórico, bastando combinar dia e horário: (51) 3332-2111 ou institutohistorico@ielb.org.br.


     Os que guardaram vão poder conferir, os que só conheceram há décadas, vão poder conhecer os vários detalhes agora, e os demais... bem, vão poder saborear algo com muito bom gosto... do passado!


      A IGREJA QUE CANTA! Assim era conhecida a Igreja Luterana, e continua sendo, desde a época da Reforma, no início do século XVI. Quatrocentos anos após, a IELB também abraçava esse tema em seu trabalho missionário no Brasil. Segundo a definição contida na Wikipedia:


      “O reformador Martinho Lutero foi o responsável por popularizar o uso dos hinários durante os cultos na Alemanha, pois considerava a participação da congregação na adoração através dos hinos, uma ‘ferramenta útil para transmissão dos ensinamentos’”.     


      A “Peça de nosso passado” de hoje é um hinário. (fotos 1 a 3) Um hinário em português, do ano 1920, com 64 páginas, medindo 11 x 14,5 cm, para atender estudantes do Seminário,  a Congregação de Lagoa Vermelha, RS, onde só é utilizado o idioma português nos cultos e na missão, e também a Congregação de Porto Alegre, RS. Seu conteúdo, na maior parte, são traduções do inglês e também alemão. Seu nome: “Hymnos e Orações”.


      

             
      O presente exemplar pertenceu ao então estudante Otto A. Goerl, (foto 4) que nele pôs, além de seu nome, a data de 20 de setembro de 1921 (foto 5), dia de seu provável ingresso no Seminário, instalado, desde março, no Mont’ Serrat (foto 6). Antes se localizava no bairro Navegantes, onde hoje é a Comunidade Cristo (foto 7).


      


       

                
     O Mensageiro Luterano da época, em circulação há menos de um ano, quando na edição de 1º de agosto de 1918 publicou (foto 8) um chamamento geral à Igreja, para ações que visavam criar o primeiro hinário em português no Brasil. Traduções avulsas circulavam na Igreja, para atender às necessidades locais. E agora, como dizia no texto (foto 9): “Devemos metter mãos á obra e começar com a traducção destes hymnos”.


      

        
      Os hinários dos dias atuais não têm figuras. O hinário da época, no entanto, contemplava duas figuras: a “Santa Ceia” (foto 10) no início da publicação e o “Cristo na cruz” (foto 11) no meio. A editora responsável, “Agência Concórdia”, antecessora da atual Editora Concórdia, completou o hinário com liturgia, orações e um índice por temas (foto 12).


             

              
     A Congregação Concórdia, de Porto Alegre, RS (foto 13) e outras, adotaram por vários anos o hinário de 1920 em suas comunidades, por ser a única opção completa existente. Posteriormente outras edições aconteceram, sempre melhorando e ampliando seu conteúdo (foto 14).


      

         
      Durante cerca de 10 anos aconteceu a primeira grande revisão do Hinário Luterano, que culminou com o lançamento da edição ampliada e revista em 1986; vinte anos após foi disponibilizado o Hinário com seus mesmos 573 hinos junto à Bíblia Sagrada, numa edição conjunta com a Sociedade Bíblica do Brasil. 


      Novo trabalho de revisão, atualização e ampliação do Hinário Luterano teve início no ano passado, com a atuação abalizada de uma Comissão Especial encarregada.


      Registro da década de 1950, dos estudantes do Seminário Concórdia, à época em Porto Alegre, RS, se encaminhando à capela do Seminário para devoção matinal. 

      26.08.2014: autor: fotógrafo WICKERT; digitalizada do negativo original por técnica Mara, do Museu Hipólito J da Costa, hoje; a data constante do envelope é 20 de abril de 1959, e deve estar correta, pois apareceu no Mensageiro Luterano de junho de 1959, à página 64, do qual sacamos o seguinte texto da mesma página...”Contempla o quadro nesta página, prezado leitor! Um cortejo de 200 estudantes ruma para a devoção diária, na capela. ...inicia-se às 6,30 hs...”

   O Instituto Histórico da IELB está buscando recuperar algumas informações de registros fotográficos antigos. Para isso, a cada semana iremos divulgar uma foto na página da IELB no Facebook (clique aqui) com todas as informações que temos sobre ela.


   Pedimos que quem tiver algum esclarecimento, reconhecer alguma das pessoas que aparecem ou souber data ou ocasião do registro, comente nas publicações na Fanpage da IELB.


   Se preferir, entre em contato com o Paulo Udo Kunstmann, responsável pelo Instituto Histórico da IELB, pelo e-mail institutohistorico@ielb.org.br ou pelo telefone (51) 3332-2111.


   Em meio às comemorações dos 115 anos do Seminário Concórdia, em outubro, estamos iniciando com a divulgação de imagens de alunos da instituição que temos em nosso acervo.

Esta série foi inspirada no projeto Pieces of Our Past, lançado em 2012 pelo Concordia Historical Intitute, Departamento da Lutheran Church - Missoury Synod (LCMS).

Veja os materiais com as informações gerais sobre o material histórico da IELB.

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